Está chovendo.
Estou no meu quarto. Ele é escuro demais.
Até que ponto eu sou real ou um construto de ficções? Minhas dores e delicias são verdadeiras ou são apenas o que eu acho que deveriam ser porque a ficção me disse assim?
Chove. O céu é cinza e as árvores verdes. Da minha casa eu vejo árvores, casas, prédios e favelas. Eu gosto da chuva. Gosto do cheiro de terra molhada que ela traz. Talvez recordações de algo que eu nem vivi. Um tempo simples e tranqüilo no campo. Por que a lembrança do campo, da fazenda, do passado rural, do passado pré-urbano que não vivemos nos traz essa idéia de paz?
Eu olho pra chuva. Eu queria sentir o gosto dela. Queria me molhar nela. Mas eu queria isso? Ou é só a memória residual de um filme que eu vi? Sou me lembrando de Um Sonho de Liberdade e associando automaticamente um banho de chuva a estar livre?
I'm sad. E eu gosto de estar triste e gosto de escrever "i'm sad" porque talvez isso me aproxime do meu imaginário, as figuras heróicas e trágicas dos romances. Será tão simples? É só isso o que eu sou? Quem sou eu de verdade? Quais são meus sonhos e aspirações reais? Eu me perdi na fantasia?
Eu sofro por amores que não existem. Construo redes imaginárias e olho pra chuva. Chove lá fora (não... aqui não faz tanto frio).
Eu preciso beber algo. Água. Eu odeio água. Eu odeio posts pessoais e sem sentido. Eu tinha me prometido nunca escrever algo assim. Mas não importa. Agora escrevi. Não, não precisa ler. Clica no x ali em cima, fecha essa janela e e esqueça-se pra sempre que você entrou aqui.
Vou olhar a chuva.
E torcer para ela nunca parar.
Depois de muito refletir sobre o texto e ter me identificado um pouco, digo o seguinte:
ResponderExcluirÉ, realmente a chuva exerce fascínio...
Acho que por enquanto é o que posso dizer.